“No Meio das Sombras” é o novo thriller policial com assinatura de um associado da ATAM
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“No Meio das Sombras” é o novo thriller policial com assinatura de um associado da ATAM
A obra foi lançada em 2022 e fala sobre a importância da família. Os exemplares foram voando e está garantida uma segunda edição daquele que deverá ser apenas o primeiro de muitos livros assinados por Marcos Barroco.

A solidão da pandemia inspirou-o a tirar o pó aos velhos rascunhos guardados na gaveta e, em 2021, Marcos Barroco estreou-se como autor. Poucos dias depois do lançamento, viu confirmada a impressão de uma segunda edição. Fã inveterado do mestre do fantástico, Stephen King, e jurista do município de Chaves é, há mais de uma década, associado da ATAM, membro do seu Gabinete Jurídico e mais um talento no seio da associação. E deixa também uma promessa: vêm aí mais livros que irão explorar novos géneros literários.

Como é que se tornou associado da ATAM?
Inscrevi-me como associado da ATAM em 2011, após ter sido convidado pelo atual presidente da Direção a participar numa Reunião de Aperfeiçoamento Profissional (RAP) que teve lugar em Chaves. A dinâmica que encontrei na referida RAP, a qualidade dos intervenientes e a pertinência e atualidade das matérias ali abordadas levaram- me a querer conhecer um pouco mais da associação. Não demorei muito a perceber que estava diante de uma instituição de prestígio e com muito para oferecer aos trabalhadores da administração local no plano técnico, pelo que a decisão de ser associado da ATAM surgiu com relativa facilidade. Curiosamente, hoje estou do outro lado da mesa, participando ativamente na organização, preparação e apresentação das RAP, entre outras iniciativas, enquanto jurista do Gabinete Jurídico, o que me dá um especial orgulho.

Pelo meio, também tem tido tempo para alimentar outra paixão. Acaba de lançar o seu primeiro livro, “No Meio das Sombras”. Como é que isso aconteceu?
A vontade de me estrear como autor não é de agora, embora nunca tivesse tido a maturidade, a confiança, nem o tempo disponível para o fazer. A pandemia, apesar de todos os constrangimentos que impôs, trouxe também algumas oportunidades como, por exemplo, ter finalmente tempo para me sentar diante do computador e construir uma história com princípio, meio e fim. Além do tempo extra, a escrita teve um papel importante na forma como lidei com os longos meses de confinamento, permitindo-me escapar da prisão formada pelas paredes de minha casa e manter a sanidade mental.

A escrita é um hábito antigo?
A escrita sempre esteve presente na minha vida. Recordo-me que os trabalhos de casa que mais gostava de fazer na escola primária eram, exatamente, as redações livres. E não minto se disser que faziam algum sucesso entre os professores, os quais, já na altura, diziam que tinha uma imaginação muito fértil.

Tem mais histórias e enredos guardados no arquivo?
Ao longo dos anos fui escrevendo diversos textos, mas nunca consegui desenvolver e finalizar nenhum. Não passavam de textos soltos ou introduções de histórias maiores. Salvo duas exceções, as quais, confesso, estão na gaveta. “No Meio das Sombras” foi a primeira obra que senti que estava finalizada e pronta a ser apresentada ao público. Depois, tive a sorte de a minha atual editora ter reconhecido qualidade à escrita e ao enredo e querer apostar no livro e no autor. Desde então, tem sido uma experiência diferente de todas aquelas que já tinha tido.

De onde surgiu a inspiração para esta história específica?
Família. A minha esposa, a Joana, é enfermeira, pelo que nas primeiras vagas da pandemia teve que fazer uma série infindável de turnos, alguns de doze horas seguidas. Como trabalha a setenta quilómetros de casa, a presença dela começou a ser cada vez menor. Nessa altura senti-me um pouco perdido, pelo que, quando dei conta, estava a construir um arco narrativo centrado na importância da família e no peso que a mesma tem na nossa felicidade. Como disse no lançamento do livro, se decaparmos todas as camadas que envolvem a premissa central da história — crime, mistério, corrupção, morte — vamos encontrar a família e o seu valor absoluto na vida de alguém. A essa premissa acrescentei-lhe outra: até onde estamos dispostos a chegar por aqueles que amamos?

Porquê um thriller policial?
Confesso que o thriller é um dos meus géneros preferidos, juntamente com o terror. Adoro uma boa história de mistério com reviravoltas inesperadas. Se me arrepiar, melhor ainda. Talvez por isso escrever este livro tenha sido tão natural. Enquanto avançava na escrita sentia-me no meu ambiente natural. Confesso, também, que tenho uma parte sombria e que gosta de espreitar quando estou a escrever.

Podemos esperar alguma aventura noutros géneros literários?
Embora possa parecer contraditório, gosto de escrever contos infantis. E gosto, sobretudo, de os ler com os meus filhos, à espera de ver as suas reações. Desafiar a imaginação deles e dar-lhe vida. Confesso que gostaria de publicar um conto em especial, que é um que os meus filhos adoram. Mas essa é uma conversa para outra altura. Há, ainda, um terceiro género que me atrai: a literatura distópica. Já tenho algumas ideias em arquivo, mas ainda nada de concreto. Talvez um dia me aventure por esse reino. O livro foi apresentado em maio de 2022, numa cerimónia em Viseu.

Falando de literatura, quais são as suas maiores inspirações?
Várias. Começo por Stephen King. O ambiente tenso e sombrio que consegue criar, e manter, bem como a atenção que dá aos pequenos detalhes, são algumas das caraterísticas que me fazem adorar a escrita dele. George Orwell é outro escritor que tem lugar reservado nas minhas prateleiras. “Somos todos iguais, mas alguns são mais iguais do que outros” ficará para sempre como uma das frases que mais me marcou, pela sua autenticidade e irreverência. Luis Sepúlveda conquistou-me completamente com “O Velho que Lia Romances de Amor”. Dan Brown é outro autor que me fascina. Mais recentemente descobri C.J. Tudor, autora de “O Homem de Giz”, com a qual me identifiquei de imediato. Miguel Torga, Virgílio Ferreira. Para dizer a verdade, poderia continuar a escrever sem parar. A literatura é um mar infinito. Cada autor tem caraterísticas próprias e que acabamos por absorver, às vezes de forma inconsciente.

Quais são os seus três livros favoritos?
Não tenho um livro favorito, mas se tiver que referir três que me absorveram por completo, não tenho grandes dúvidas. “IT: A Coisa”, de Stephen King, “O Homem de Giz”, de C. J. Tudor e “O Velho que Lia Romances de Amor”, de Luis Sepúlveda.

Entretanto, a primeira edição de “No Meio das Sombras” foi um sucesso e já esgotou.
Recebi essa notícia no dia do lançamento do livro que teve lugar em Viseu, em maio deste ano. A Edições Esgotadas anunciou- me que iria avançar para a segunda edição logo na segunda- feira seguinte. Fiquei surpreendido e ao mesmo tempo entusiasmado. O livro tinha sido colocado à venda umas semanas antes. Vamos ver como corre com a nova edição. Espero que bem, como é evidente.

Pensa ficar por aqui ou continuar a escrever e publicar?
“No Meio das Sombras” é o princípio de algo maior. E gosto de terminar aquilo que começo. Por isso, sim. Penso continuar a escrever e, espero eu, a publicar.